A história da vida é surpreendente. E porque não conhecer mais sobre o nosso passado? Eis a sua importância, conhecendo a nossa realidade para projetar o nosso futuro. Portanto, a economia precisa muito da dimensão histórica. Então, vamos aos fatos.
Voltemos à data de 1780. A população era de 9.433 (brancos) 3.388 (índios) e 5.102 (negros), totais de 17.923 no Rio Grande do Sul. E a dinâmica da economia do sul se concentrava bem ao meridiano do continente. Hoje, seria a cidade de Rio Grande, Pelotas por exemplo. Era a matriz do charque que dominava a nossa riqueza local. É de se salientar que o ciclo do charque aqui possuía dinamismo capitalista bem diferente dos ciclos econômicos do norte do país, como café, açúcar e etc.
Como afirmam autores e estudiosos da economia gaúcha: “é importante lembrar que os colonos implantaram no sul uma outra sociedade completa: haviam ricos e pobres no campo como nas cidades: agricultores ricos e pobres, artesãos (mestres e aprendizes), comerciantes (atacadistas e varejistas), capitalistas e operários.” De fato, tínhamos um outro perfil de população por aqui, diferentemente do norte do Brasil. E isso fez a diferença.
Mas, passam-se os anos e o ciclo do charque inicia a sua fragilidade e logo o seu declínio, contudo, deixa um legado. É da decadência ou a diminuição da pujança do charque que a boca do monte acende em mais volume de população, e ora, inicia o progresso de nosso pago.
Por volta de 1800, a Santa Maria era um povoado muito pequeno, população muito pobre e bem mistificada. Tinha de tudo por aqui, diferente do sul do Estado que concentrava os mais nobres. E sendo assim, começou-se de forma estratégica, e de segurança, povoar a região. E, ao longo do tempo, se estabeleceu aqui o grande centro burocrático em favor do Estado da época.
Logo, se instalava o polo ferroviário. Aliás, o sul não quis promover as linhas férreas, então o centro foi o local escolhido e por causa disso o capital ferroviário se instala aqui. Agrega-se a tudo isso os ciclos migratórios europeus consolidando ainda mais o polo ferroviário, além do serviço e do comercio.
Sendo assim, a migração interna também cresce para cá e, posteriormente, teremos o nosso segundo ciclo o da educação. Ora, é notório que o nosso crescimento ocorreu devido ao declínio e fragilidade de um sistema ao sul, o da charqueada latifundiário, para um sistema mais diferenciado e disperso (tipo acampamento) que logo se organiza através de um polo burocrático de serviço e de um polo de transporte (ferrovias). Então, houve na época um trade off, aqui crescemos via os polos já mencionados, já no sul o latifúndio se mostrou ineficiente.
Eis a nossa história, nossa formação tanto social quanto econômica. A origem da região. Hoje, temos o polo educacional consolidado e constituído, e o que faremos para frente? Vejamos visionários e podemos iniciar um novo ciclo por aqui e afirmo deve ser o da logística que dará suporte e riqueza para os setores econômicos que aqui estão instalados. Vamos pensar grande e vamos em frente.
Leia todos os Colunistas